Marvão Traditional Architecture Summer Shool 2018

Escola de Verão em Marvão de Arquitectura Tradicionais

A localidade de Beirã, integrada no concelho de Marvão, acolheu durante as duas últimas semanas de julho de 2018 a V Escola de Verão de Arquitectura e Urbanismo Tradicionais, onde professores e estudantes provenientes de todo o mundo estudaram as tradições construtivas, arquitectónicas e urbanísticas da região, tomando-as como base para realizar diversas propostas de desenho para o desenvolvimento futuro desta povoação.

Apresentação
A Escola de Verão foi organizada uma vez mais por INTBAU e o Prémio Rafael Manzano de Nova Arquitectura Tradicional, e foi possível graças ao apoio do Richard H. Driehaus Charitable Lead Trust (através de um donativo da Chicago Community Foundation para o Richard H. Driehaus Charitable Fund), da Fundação Serra Henriques e de Kalam. Igualmente importante foi a colaboração da Câmara Municipal de Marvão, da Junta de Freguesia de Beirã, da Associação A Anta, também de Beirã, e de Infraestruturas de Portugal, todos eles com uma atenção e um envolvimento constantes. Também colaboraram um bom número de universidades portuguesas e estrangeiras, que levaram docentes, conferencistas e alunos: a Escola Superior Gallaecia, o Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), a Universidade do Algarve e a Universidade de Évora (Portugal), a Pontifical and Royal University of Santo Tomas (Filipinas), as escolas de arquitectura da Judson University, da University of Miami e da University of Notre Dame (EEUU), da Universidad Alfonso X el Sabio, da Universidad de Castilla-La Mancha e da Universidad Politécnica de Madrid (España) e o Centro de Investigação de Arquitectura Tradicional (CIAT-UPM).

Os participantes, de diversas procedências, idades e perfis foram: Mary-John Blevins, Deyglis Castillo, Laura Celeste Beltrán, Elizabeth Connaughton, Inti Carina Dohle, Luis García-Delgado Ripoll, Chesney Henry, Iria Ibáñez Vilar, Molly Jorden, Rachael Liberman, Saniya Malhotra, Margarida Alexandra Matos Bessa, Andrew Moneyheffer, Miguel Torres Monteiro Afonso, Pedro Paulo Palazzo, Llorenç Pons, Emilio Roldán Zamarrón, Nadia Samir, João Pedro Salvado, Julia Marie M. de Santos, Alexandra Scupin, Vikramaditya Singh Rathore, Natalie Stenger, Alexis Stypa, Alissa Tassopoulos, Mario Vides, Arnost Wallach e Vasco Wemans. As nacionalidades representadas neste grupo mostram essa grande diversidade: Alemanha, Brasil, Espanha, Estados Unidos, Filipinas, Guatemala, India, México, Portugal, Reino Unido, República Checa, Roménia e Venezuela.

A equipa docente esteve formada por um conjunto de profissionais e académicos dedicados a esta matéria também em diversos países: José Baganha (INTBAU Portugal), Douglas Duany (University of Notre Dame), Ruth M. Equipaje (Pontifical and Royal University of Santo Tomas – INTBAU Filipinas), Rui Florentino (Escola Superior Gallaecia – INTBAU Portugal), Frank Martínez (University of Miami), Christopher C. Miller (Judson University), e Alejandro García Hermida (Universidad Alfonso X el Sabio – INTBAU España), coordenador e organizador da Escola de Verão com a colaboração de Rebeca Gómez-Gordo Villa (INTBAU España). Para além deles, participaram como conferencistas convidados: Mónica Alcindor (Escola Superior Gallaecia), Fernando Aranda Egido (Kalam), Inês Cabral (Universität Leipzig – Escola Superior Gallaecia), Aurora Carapinha (CHAIA – Universidade de Évora), Joaquim Carvalho (Fundação Cidade de Ammaia), Francisco Javier Castilla Pascual (Universidad de Castilla-La Mancha), Alexandre Castro Gamelas e Catarina Santos (INTBAU Portugal), Maria Filomena Gaspar Picado (Beirã), Leopoldo Gil Cornet (Universidad de Navarra – INTBAU España), Kim Hitch (Prince’s Foundation), Jaime de Hoz (Universidad Alfonso X El Sabio – CIAT-UPM), Ana Lima (Escola Superior Gallaecia), Rafael Manzano Martos (INTBAU España), Manuel Montañés García (Kalam), José Luís Possolo de Saldanha (ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa), Miguel Reimão Costa (Universidade do Algarve), Francisco Adão da Fonseca (Fundação Serra Henriques), Harriet Wennberg (INTBAU) e Carol Wyant (Project Manager do Prémio Rafael Manzano).

Para além das já citadas, são muitas as pessoas às que devemos agradecer a sua colaboração para fazer possível esta Escola de Verão, mas fundamentais foram o envolvimento e o apoio de José Baganha, Rita Pinto Coelho, Alexandre Resende, Edmundo Silva, Luís Vitorino, Victor Frutuoso, António Borges, António Mimosa, Eduardo Salvador, Lina Paz, Américo Sêco e Rui Florentino nas nossas visitas iniciais a Beirã e na gestão preparatória, antes de começar o próprio curso. Também fundamental, já durante o seu desenvolvimento, foi a equipa da Associação A Anta: Ana Paula Sêco, Ana Bela Felício, Catarina Serra, Isabel Silva, Marisa Nunes, Cristina Videira, Fatima Viegas, Ludovina Raposo, e, em general, a população completa de Beirã que quis desde o princípio que toda a Escola se sentisse como em sua casa.

O programa da Escola de Verão estruturou-se em duas etapas diferentes. A primeira, que se desenvolveu durante a primeira semana, esteve dirigida a compreender o sítio, a sua paisagem, o seu território, a sua história, a sua cultura e património e a sua situação actual. A maior parte do tempo foi dedicado a viajar pela zona, estudando e analisando os lugares que se visitaram e, apenas durante as tardes, para evitar interromper o intenso trabalho de cada dia, contámos com conferências de peritos locais sobre os temas já mencionados. A segunda etapa, coincidente com a segunda semana, destinou-se a aplicar tudo o aprendido durante os dias prévios aos novos desenhos que iam ser propostos.

Visitámos a vila fortificada de Marvão, o sítio romano de Ammaia, o belo e animado centro de Castelo de Vide, guiados por José Luis Saldanha, a principal cidade da região, Évora, com a guia de Aurora Carapinha, e Elvas, Estremoz, Terena e Alandroal. O objectivo era compreender e apreender os diversos tipos de espaço público e tecidos urbanos existentes nestas cidades, a sua adaptação à topografia, ao clima, e às suas diversas funciones, assim como as diferentes características que definem as suas qualidades. Em cada um deles foram desenhados in situ cortes, plantas e alçados, assim como estudos de pormenores concretos.

Estas visitas complementaram-se com as numerosas conferências dos convidados já citados, todas elas relativas primeiro à região do Alentejo, sua história, sua paisagem e sua arquitectura, e depois, na segunda semana, apresentando diferentes trabalhos onde se havia utilizado a tradição local como base para o desenho contemporâneo e que pudessem inspirar o projecto que se estava a realizar. Decorreram também várias demonstrações de ofícios tradicionais da construção, como as técnicas de reabilitação e restauro, que puseram de relevo o vínculo que existe entre a continuidade da arquitectura tradicional e os ofícios nos quais se apoia.

Sobre a base de todo o estudo prévio da construção, da arquitectura e do urbanismo do Alentejo, começámos a abordar os desafios de projecto que nos propuseram desde Infraestruturas de Portugal, a Câmara Municipal de Marvão e a Freguesia de Beirã, como já se comentou.

Dividimos a cidade em cinco áreas diferentes de maneira que pudéssemos trabalhar nelas de forma mais detalhada repartindo a equipa em cinco grupos: Centro, Mercado, Ribeira, Bairro Alto e Arrabalde. Centro é o antigo núcleo da povoação. Hoje alberga os espaços urbanos mais definidos, mas que estão deficientemente conectados com a zona circundante devido às vias do comboio. O nosso Mercado, que foi o anterior centro de actividade da localidade, disposto à volta da estação de comboio e suas instalações principais, procurava já desde o próprio nome que lhe demos revelar a que foi e poderia ser novamente a sua função principal, a comercial, que haveria de adquirir agora uma nova forma e um novo propósito. O Bairro Alto está composto por ruas empinadas que ascendem desde o centro até aos pontos altos em direcção a norte, onde hoje se encontra o lavadouro público. A Ribeira é a área que actualmente separa o núcleo original de população e de instalações ferroviárias das extensões urbanas mais recentes, e está parcialmente ocupada por hortas, que devem permanecer nesta propicia localização. No entanto, aqui também será preciso colmatar a estrutura existente para gerar um tecido urbano consistente. Finalmente, Arrabalde é a zona mais recente de Beirã, alinhada ao longo da estrada que conduz a Santo António das Areias e Marvão, e necessita ser interligada com o resto da aldeia. Para além disso, um membro de cada grupo foi designado para coordenar o trabalho entre os diversos grupos. Estes representantes reuniam-se com a tarefa de coordenar as soluções escolhidas para os limites das diferentes áreas e as diversas conexões entre elas.

O objectivo: produzir um projecto global para o possível desenvolvimento futuro da localidade, permitindo-lhe mudar de forma interessante, bela e socialmente integradora, mas também de um modo respeitoso com la cultura local.

Publicação: Um projecto de futuro para a Beirã (Marvão), baseado na arquitectura e Urbanismo de Tradição Alentejana

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Esta publicação da Fundação Serra Henriques recolhe os resultados da Escola de Verão em Marvão, foi organizada por INTBAU e o Prémio Rafael Manzano de Nova Arquitectura Tradicional, e foi possível graças ao apoio do Richard H. Driehaus Charitable Lead Trust (através de um donativo da Chicago Community Foundation para o Richard H. Driehaus Charitable Fund), da Fundação Serra Henriques e de Kalam. Igualmente importante foi a colaboração da Câmara Municipal de Marvão, da Junta de Freguesia de Beirã, da Associação A Anta, também de Beirã, e de Infraestruturas de Portugal, e também a Escola Superior Gallaecia, o Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), a Universidade do Algarve e a Universidade de Évora (Portugal), a Pontifical and Royal University of Santo Tomas (Filipinas), as escolas de arquitectura da Judson University, da University of Miami e da University of Notre Dame (EEUU), da Universidad Alfonso X el Sabio, da Universidad de Castilla-La Mancha e da Universidad Politécnica de Madrid (España) e o Centro de Investigação de Arquitectura Tradicional (CIAT-UPM).

Programa

Descarrega aquí o Programa de la Marvão Traditional Architecture Summer School 2018

Fotografías das actividades

Propostas de design em Beirã

Arrabalde, acesso à vila

Barrio Alto

Coleta de dados e desenhos em vários locais